Desafios importantíssimos para a economia alemã sob a ótica do Bundesbank e do ECB(04/12/2023)
O "Bundesbank" refere-se ao "Deutsche Bundesbank" em alemão, que é o banco central da Alemanha. A tradução literal para o português seria "Banco Central Alemão". A Bundesbank é responsável por várias funções importantes relacionadas à política monetária, estabilidade financeira e emissão de moeda na Alemanha. Desde o final do século XX, com o advento do Euro e a centralização das medidas de política monetária e cambial, o Bundesbank ainda desempenha um papel importante na estabilidade de preços na Alemanha, porém, precisa compor o Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC) e trabalhar em conjunto com as demais autoridades monetárias para a consecução de suas políticas econômicas e metas subjacentes.
O presidente do Bundesbank enfatiza em seu discurso, o compromisso do Bundesbank, em convergência com as metas propostas pelo ECB de alinhas as expectativas inflacionárias de médio prazo com a meta de 2% ao ano. Visto a redução significativa da inflação na Europa harmonizadamente, mas de maneira mais significativa no considerado "epicentro da estagflação", que é a Alemanha. Em setembro e outubro a convergência de preços para com a meta se alinharam com mais força após na reunião de setembro, o ECB ancorar as expectativas inflacionárias dos agentes econômicos.
Dito isto, o Bundesbank avalia positivamente a condução ATUAL da política monetária do ECB. O aumento das taxas de juros na reunião de setembro marcou o décimo aumento consecutivo nas taxas de referência para o ECB, o que, para muitos críticos da ortodoxia na condução de políticas monetárias, onde, desde muito advogavam para com uma taxa de juros próxima a zero (Zero Lower Bounds) era um aumento desnecessário. A redução no balanço do Eurosystem e a interrupção nos seus programas de compras de ativos, o APP e o PEPP alinham com a contração estabelecida nas três taxas de referência. Isso significa que o ECB não está perpetrando ou, em alguns casos pontuais, perpetrando com um critério mais rigoroso, operações de Quantitative Easing (QE). Nessas operações, o banco central compra ativos de diversas categorizações no mercado aberto, injetando liquidez na economia. No contexto atual, o ECB está diminuindo os seus ativos, ou seja, conceitualmente ele está efetuando a operação de Quantitative Hardening (QH), vendendo deus ativos no mercado aberto e absorvendo a liquidez da economia. Essas operações de liquidez ajustam as taxas de juros no mercado, e, como o ECB está retirando liquidez da economia, ele está ajustando as taxas de juros de mercado para cima, de forma a reprimir a demanda agregada e controlar a inflação.
As expectativas futuras dos formuladores de políticas monetárias, apesar da consecução e impacto subjacente destas políticas, estão céticos de que alcançarão a meta de 2% ainda em 2024. O ECB prevê que algumas instituições financeiras passarão por problemas de inadimplência de sua carteira de clientes e falta de liquidez por conta das taxas elevadas. Por isso, o ECB se compromete a operar de forma a fornecer liquidez para o sistema financeiro, através de operações de empréstimos colateralizados e recompras pontuais. Com as taxas de depósitos altas, os empréstimos ficarão cada vez mais escassos, prejudicando a atividade das empresas e os gastos dos consumidores.
As tendências de desglobalização recentes, com a divisão do mundo em blocos ideológicos e interrupção das cadeias de suprimento globais podem catapultar os preços na Europa. Ainda mais no que diz respeito de commodities energéticas e alimentos. Levando isso em consideração a consideração da renovação das matrizes energéticas para o continente continua sendo o seu maior desafio, seja implantando matrizes renováveis, redescobrindo a energia nuclear e utilizando ocasionalmente combustíveis fósseis.
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